África vai receber 400 milhões de doses adicionais de vacinas da Índia

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  • Luanda • Quinta, 28 Janeiro de 2021 | 14h06
Bandeira da União Africana
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Divulgação

Addis Abeba - África irá receber 400 milhões de doses adicionais da vacina da AstraZeneca ao abrigo de um acordo com o instituto Serum da Índia, anunciou hoje o diretor do África CDC, John Nkengasong.

O responsável do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), que falava durante a conferência de imprensa semanal sobre a pandemia, explicou que estes 400 milhões de doses vêm somar-se aos 270 milhões anunciados anteriormente e deverão chegar ao continente ao longo de dois anos.

John Nkengasong destacou ainda o facto de a COVAX, uma iniciativa liderada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ter anunciado um aumento de vacinas a disponibilizar a África, estimando agora conseguir vacinar 27 por cento dos 1,2 mil milhões de habitantes contra a anterior estimativa de 20 por cento.

"Estamos a fazer progressos", disse o director do África CDC, sublinhando que a segunda vaga da pandemia está "muito mais agressiva" no continente com "aumentos significativos" na mortalidade.

Segundo dados apresentados na conferência de imprensa, no pico da primeira vaga o valor médio de novos casos situava-se entre os 16.000 e os 18.000, enquanto agora a média de novas infecções diárias supera as 30 mil.

"E ainda não atingimos o pico", alertou o médico, assinalando igualmente o aumento da mortalidade associada à doença.

A taxa de mortalidade no continente é agora de 2,5 por cento, acima da taxa global de 2,2 por cento, e 14 dos 54 países africanos têm taxas de mortalidade acima dos três por cento.

"Na primeira vaga era difícil apontar pessoas que tinham morrido de covid-19. Agora pelo menos cada pessoa conhece uma ou duas pessoas que morreram da doença. A mortalidade é maior nesta segunda vaga", disse.

Por isso, defendeu, a "melhor forma de evitar mortes é escalar muito rapidamente a vacinação".

"Se não conseguirmos vacinar 60 por cento da população do continente em dois anos, a covid-19 vai tornar-se endémica em África", advertiu.

Segundo o responsável, Marrocos, Egipto, Seicheles e Guiné-Conacri são os únicos países africanos que já começaram a vacinação, através de protocolos bilaterais e usando a vacina chinesa.

O director do África CDC disse ainda que além do acordo com as farmacêuticas AstraZeneca, Pfizer e Johnson Johnson, cujas vacinas podem ser pré-encomendadas pelos países numa plataforma centralizda de compras, decorrem discussões com a Rússia, a China e Cuba para um eventual fornecimento de vacinas.

A Rússia e a China exigiram a assinatura de acordos de confidencialidade para enviarem os dados sobre as vacinas para análise pelos peritos do África CDC, adiantou.

Apontando que o financiamento da compra de vacinas para África será assegurado pelo Afreximbank, Nkengasong lembrou aos países que o prazo limite para a pré-encomenda de doses da vacina através da plataforma da UA termina a 15 de Fevereiro.

Disse ainda que uma empresa de telecomunicações privada irá financiar em 25 milhões de dólares a compra de vacinas, o que permitirá vacinar os três milhões de trabalhadores de saúde no continente.

Questionado pelos jornalistas, o diretor do África CDC escusou-se a avançar qual será o preço que África pagará por cada dose de vacina ou quantas pessoas será possível vacinar até final do ano.

África regista mais de 3,4 milhões de casos confirmados do novo coronavírus e mais de 87 mil mortes.

De acordo com um relatório da The Economist Intelligence Unit, divulgado na quarta-feira, a maioria dos países africanos só terá imunização em massa a partir de 2023.

A previsão admite ainda que, com o evoluir da pandemia, muitos dos países mais frágeis possam desistir da vacinação.

 



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